|
Memória
|
Os bondes da Light e o início do transporte coletivo na
cidade
de São Paulo
Em função da abolição da escravatura e do surgimento de novas
atividades econômicas, como o setor imobiliário, durante a última
década do século XIX a Capital viu nascer os bairros de Campos
Elíseos, Higienópolis e a Avenida Paulista, entre outros. Com a
ampliação da área urbana, surgiu a demanda por serviços de
infraestrutura como energia, saneamento e transportes. Atentos a
essa realidade, os canadenses da Light chegaram à cidade em 1899, e
no ano seguinte começaram a implantar a rede de bondes elétricos.
Os recursos para essa empreitada vieram de capitalistas que até
então haviam investido nas ações das companhias de estradas de
ferro, construídas para possibilitar o transporte do café do
interior ao porto de Santos.
|

Obra para implantação de linha na Rua Sebastião Pereira, abril de
1932. Além dos bondes de passageiros,
a Light oferecia veículos especiais para casamentos, funerais e
festividades municipais
|

Bonde elétrico no dia de inauguração da linha Bom Retiro, em 12 de
maio
de 1900. De chapéu claro, junto aos comandos do veículo, o
engenheiro−chefe
da Light em São Paulo, Robert C. Brown (1857−1937)
|
Por onde as linhas de bonde passavam, a valorização dos terrenos
em seu entorno era certa. A companhia canadense mantinha relação
estreita com a Cia. City, responsável por loteamentos como o atual
bairro dos Jardins. Além disso, a empresa estendia suas linhas na
direção dos novos extremos da cidade, permitindo−lhe cobrar
passagens acumulativas em função da divisão tarifária por
zonas.
|
Antes da chegada da Light em 1900, São Paulo já possuía serviço de
transporte coletivo. Desde 1870, algumas empresas percorriam as
principais ruas da cidade com bondes movidos à tração animal. Em
1899, estas transportadoras se fundiram para formar a Companhia
Viação Paulista, que se tornaria a principal concorrente da Light.
As primeiras linhas de bonde elétrico estabeleceram−se em áreas já
ocupadas pela Viação, o que gerava brigas de rua entre assentadores
de trilhos da Light e funcionários da Paulista. Após diversas
negociações e manobras, em 1901 a empresa canadense obteve a
concessão da Companhia Viação Paulista.
|

Garagem de carros na Alameda Glete. Posam para a imagem
alguns
funcionários, dentre eles o maquinista do bonde elétrico. Julho de
1916
|

Charge da Folha da Noite, de maio de 1933, revelando o
problema
da superlotação dos bondes
|
Com tarifas superiores a Berlim e Buenos Aires, o transporte da
Light sofria críticas. Em 1909, a companhia passa a incluir, em
definitivo, os bondes operários, que custavam 100 réis, metade da
tarifa regular. Mais tarde, na década de 1920, o bonde já se torna
o principal meio de transporte da cidade, mas o número de
passageiros não se equipara ao número de carros oferecidos. Com a
superlotação, ônibus são inseridos na malha urbana da Capital e
impõem concorrência à Light; no mesmo período, a companhia coloca
em circulação os chamados "camarões", bondes fechados que se tornam
sucesso imediato. A partir dos anos 1930, a conjuntura política
passa a beneficiar o investimento no transporte individual, levando
a Light a se desinteressar pelo setor de transportes. A trajetória
dos bondes da Light em São Paulo termina em 1947, quando o serviço
de viação urbana é assumido pela Companhia Municipal de Transportes
Coletivos (CMTC).
|

Na década de 20, a Light tentou emplacar seu Plano Integrado de
Transportes, que incluía o chamado "Metrô da Light", com três
linhas
duplas de alta velocidade. A iniciativa não se concretizou por
falta de apoio político. O desenho mostra o projeto da linha
subterrânea no Largo São Bento
|
|
Rede Museu da Energia
|
Os 100 anos da
Usina de Salesópolis
No início do século XX, Mogi das Cruzes buscava, como as demais
cidades do interior paulista, obter iluminação pública por
eletricidade. E foi assim que, há 100 anos, entrava em
funcionamento pela primeira vez a Pequena Central Hidrelétrica de
Salesópolis. Localizada em um vale formado por dois espigões da
Serra do Mar, bem próxima à nascente do rio Tietê, a usina começou
a ser construída na área da Cachoeira dos Freire em 1911. De
início, só transmitia energia para Mogi, passando a oferecer o
serviço às cidades de Caçapava, Jambeiro, Santa Branca e à própria
Salesópolis em 1914. A PCH funcionou normalmente até 1929, ano em
que fortes chuvas causaram o rompimento de sua barragem e o
desmoronamento de taludes. A usina voltou a funcionar em 1935, mas
nos anos 40 começou a enfrentar alguns problemas com a alteração da
frequência de sua corrente. A partir das décadas de 1960 e 1970,
relatórios apontaram a baixa produtividade da unidade, que acabou
sendo desativada pela Eletropaulo em 1988. Vinte anos mais tarde, a
usina foi doada à Fundação Energia e Saneamento, que realizou a
restauração do espaço museológico e o processo de reabilitação da
Usina. Finalmente, em 2008, o Museu da Energia de Salesópolis foi
inaugurado e a Usina foi novamente posta em operação.
|
Museu da Energia de Salesópolis/ Usina. O parque que compõe
a unidade estende−se por 156 hectares de Mata Atlântica. Foto de
Caio Mattos
|

Vista geral da Usina de Salesópolis em 1939. A unidade é formada
por uma vila residencial e uma casa de máquinas
|
Casa das Máquinas e ao fundo a Cachoeira dos Freire,
antes da restauração realizada pela Fundação Energia e
Saneamento,
julho de 1999. Acima, foto de Edméa F. Mateus
|

Água do Rio Tietê represada na Usina de Salesópolis. A PCH tem
capacidade de gerar 7.057 MWh/ano - o suficiente para atender cerca
de 3 mil residências de padrão médio (com consumo mensal de 200
kWh/mês). Foto de Caio Mattos |
Espaço das águas
|
Jundiaí inaugura Espaço
das águas em julho
No início de julho será aberto o Espaço das águas no Museu da
Energia de Jundiaí, projeto que tem por objetivo debater questões
ligadas à gestão dos recursos hídricos e à responsabilidade
socioambiental, além de fomentar a memória do saneamento. A
exposição inaugural do Espaço simulará o traçado de um rio e será
dividida em quatro ambientes temáticos: "Poluição da água e
resíduos sólidos", "Estação de Tratamento de água (ETA)", "A Serra
do Japi e as águas de Jundiaí" e "água: bem estar e saúde". O
projeto conta com patrocínio da Fundação Antonio−Antonieta
Cintra Gordinho (FAACG).
|
Notícias
|
Equipe do NDP trabalha no
Arquivo Geral da Sabesp
A equipe do Núcleo de Documentação e Pesquisa (NDP) da Fundação
Energia e Saneamento, responsável pelo trabalho de pesquisa,
organização e mapeamento do projeto Memória Sabesp, vem
selecionando alguns documentos de grande valor histórico no Arquivo
Geral da companhia de saneamento. Um dos achados é uma cópia de
ofício assinada por Saturnino de Brito em 1898, que trata da
instalação de um serviço de esgoto no Largo da Misericórdia, no
centro da Capital. Saturnino é considerado figura pioneira na
engenharia sanitária e ambiental no Brasil. O Arquivo Geral da
Sabesp reúne documentos administrativos e técnicos das atividades
da empresa em São Paulo, em especial das décadas de 1950 a 1970. O
trabalho de seleção é focado nos documentos que representam ações
marcantes para a memória do saneamento e da Sabesp, como a
construção dos grandes sistemas de tratamento e
abastecimento.
|
"Ofício 378", assinado pelo engenheiro sanitarista Saturnino de
Brito
em 7 de julho de 1898
|

Grupo de estudantes em visita ao Museu da Energia de Rio
Claro
|
Rede Museu da Energia
oferece programação especial
de férias
O público infanto−juvenil que visitar a Rede Museu da Energia
durante o recesso escolar de julho poderá conferir novos roteiros,
oficinas, jogos, experimentos, entre outras atividades
especialmente elaboradas para o período. Em Jundiaí, um dos
destaques é a oficina de fotografia voltada a crianças de 6 a 12
anos de idade. Na unidade de Salesópolis, os visitantes
participarão de novas dinâmicas aplicadas nos roteiros de visita. O
Museu da Energia de São Paulo oferecerá diversos experimentos e
oficinas e em Itu será realizado o projeto "Museu na Cidade das
Crianças". No Museu de Rio Claro, o público poderá percorrer o novo
circuito "Educação Ambiental". Confira a programação completa no site da Fundação Energia e
Saneamento.
|
Museu da Energia de Rio Claro marca presença na Facirc
Pela primeira vez, o Museu da Energia participará da Feira Anual do
Comércio e Indústria de Rio Claro (Facirc), a ser realizada entre
os dias 18 e 21 de julho nas Faculdades Claretianas da cidade. O
evento é considerado a maior feira de negócios da região e neste
ano terá como tema a gestão empresarial. O Museu estará com um
estande no evento, trazendo alguns experimentos e panfletos, além
de publicações da Fundação Energia e Saneamento. A 16ª Facirc
apresentará cerca de 100 expositores e espera receber um público de
30 mil pessoas.
|
Corpo Editorial:
Carolina Campos, Isabel Felix, Maíra Scarello, Mariana de
Andrade,
Mariana Rolim, Miguel Zioli e Raquel Lucat
Webdesign: Fernando de Sousa Lima
Copyright © 2013 Fundação Energia e Saneamento. Todos os direitos
reservados.
As imagens sem identificação pertencem ao acervo da Fundação
Energia e Saneamento.
Política Anti−SPAM: Em respeito a você, caso
não queira mais receber nossas Mensagens
Eletrônicas clique
aqui e envie um e−mail com a palavra
REMOVER.
Contato: imprensa@energiaesaneamento.org.br

Rede Museu da Energia
Espaço das águas

|
|